Re e Nat

Renata e Natália são duas irmãs.
Mas não são duas irmãs quaisquer.
São duas daquelas tão iguaizinhas que a gente não entende porquê ainda colocam roupas parecidas.
Estão lá as duas, de meias, sapatinhos, vestidos, shorts, saias , calças e camisas que só mudam a cor. Confunde quem vai chamar.
FIGURA DAS DUAS , DE COSTAS, COM SETAS APONTANDO MEIAS, BLUSA, SHORTS, FITA DE CABELO, SALIENTANDO AS CORES DE CADA ITEM EM CADA UMA

Quem as conhece bem, conhece de longe. Pelo modo de andar, ou pelo barulho de seus passos, até.
A gargalhada de Nat vem de longe, enquanto Re tem riso tímido, mas quando solta, as risadas se confundem. Mas quem conhece, não troca uma pela outra.
 figura das duas de costas, com onomatopeias de HAHAHAHAHAHAAH e KKKKKKKKK

o fato de serem duas, tao parecidas e tao diferentes cabe em outra historia. essa historia é sobre Re, que mesmo sendo tao parecida com Nat, tem uma coisa bem diferente.

FIGURA DE RE E NAT, DE FRENTE, ROUPA IGUAL, DE CORES DIFERENTES, SETAS INDICANDO, OCULOS NA RE, INDICANDO OCULOS com seta

Re usa oculos. Desde bem pequenina (figura de bebe com oculos com a faixinha que prende atras da cabeça)
quando pequenina, perceberam que ela batia muito nas coisas, andava se segurando,e `as vezes, até se apoiava na Nat, e as duas caíam 9 FIGURA BEBES UMA MAIS FIRME QUE A OUTRA EM PE, A OUTRA SE APOIANDO, AMBAS SEM OCULOS, MAS ROUPAS IGUAIS CORES DIFERENTES

O medico indicou um medico que fez alguns testes e descobriu que a bebê Rê precisava de ajuda para poder enxergar melhor. N ahistoria da chapeuzinho, o lobo mau finge que é a vovó par enganar a chapeuzinho. A chapeuzinho pergunta por quê olhos tão grandes, e o lobo diz que é para enxergar melhor. Como ela não era o lobo mau (FIGURA DE LOBO, COM UM X VERMELHO POR CIMA, AO LADO DE BEBE RE, COM SETA INDICANDO RÊ), para ver melhor, Re precisava de oculos.

Quando bem pequeninas, despertava a curiosidade das crianças de sua idade.
FIGURA DE RÊ, NAT (mesmas roupas, cores diferentes) por volta de 2 a 4 anos, com outras crianças esticando a maozinha em direção aos oculos
nao era comum muitas crianças usarem oculos.

mas foi um pouco mais tarde que as coisas começaram a complicar.
Re e Nat eram da mesma escola, mesma turma, mesmos amigos, brincavam sempre juntas. as crianças começaram a implicar com re. Tinham apelidos, bem maldosos, e ela se sentia mal. Nat tentava defender, e era ridicularizada por defender a irmazinha
CRIANÇAS APONTANDO PARA AS DUAS, BALAOZINHO SOBRE QUEM APONT A PRA RE COM DESENHO DE OCULOS, PARA QUEM APONTA PARA NAT COM DESENHO DE CHORO

as menias começaram a ficar tristes e seu comportamento mudou. evitavam ficar no patio, brincavam mais entre si do que com as outras crianças
FIGURA DAS DUAS BRINCANDO AFASTADAS DAS OUTRAS BRINCANDO EM PLANO DIFERENTE. as duas sentadas e as crianças pulando amarelinha, por exemplo

na escola, chamaram seus pais e os pais ficaram mais atentos. em casa, estava tudo bem.
figura das duas rindo em casa brincando juntas

entao notaram na escola que excluíam renata e natalia por ser a irma que a defendia
e Foi então que tudo mudou.
Na escola, começaram a mostrar que usar óculos não fazia da Rê pior do que as outras crianças, ela só precisava da ferramenta para enxergar, assim como a gente usa pá para cavar melhor.
FIGURA rE DE OCULOS, LENDO, FIGURA DE CRIANÇA COM PA NA PRAIA, APONTANDO SETA ESCRITO PA, AREIA, MOSTRANDO MOVIMENTO DE CAVAR

As diferenças estão em todos os lugares, de todas as formas. Rê usa óculos. Existem pessoas que não enxergam, outras não ouvem, outras não caminham.
Só tem uma diferença que a gente não pode deixar passar. A de ser indiferente. Se tem alguém diferente, não podemos fingir que a pessoa não existe. Devemos mostrar para a pessoa que ela também faz parte do grupo.
FIGURA DA RE, INSERIDA NA BRINCADEIRA,  COMO FIGURA CENTRAL, AO LADO DE OUTRAS CRIANÇAS, INCLUSIVE, NAT.

Sonhos

Tenho sonhos e epifanias
Deslumbres e fantasias
Com o passar do tempo se confundem
Não saberei o que sonhei e o que vivi
Triste fato
Desses todos terei somente as saudades
Tendo ou não vivido.

Saudade 30.01.2014

Hoje é o dia da saudade. Sentimento tão sentimento que não dá para traduzir.
Sentimento que substitui a ausência quando a presença não é só o que falta.
Sentimento que tem cheiro, gosto e trilha sonora.
Sentimento que só é bom quando acaba. Nada melhor que matar saudades.

23.01m2018

Só para lembrar:
legal mesmo é  cada um agir como tem vontade, desde que respeite o direito do outro.
Assim sendo:  pode gostar de marquinha de biquini, pode gostar de fita isolante (?!), pode sequer gostar de marquinha alguma.  Pode ficar com marquinha para agradar a si, ou para agradar aos outros  (SE agradar aos outros te agrada e não te agride).
Pode. Fazer. O. Que.  Quiser.
Só não enche o saco das pessoas.

Pode gostar de Carnaval, pode não gostar, pode ir pela companhia, pode ficar na praia, no ar condicionado,  pode ir ao cinema, ao shopping ou fugir desse lugar, baby.
Pode. Fazer. O. Que. Quiser.
Só não enche o saco das pessoas.

Pode ser gay, hetero, bi, trans, pode estar experimentando, podem estar só se conhecendo, pode ser o amor da vida, pode nunca mais se ver, pode se identificar como O, como A, pode beijar um, beijar dois, beijar três e beijar mais uma vez.
Pode. Fazer. O. Que. Quiser.
Só não enche o saco das pessoas.

Pode sair fantasiado no Carnaval, no dia a dia, não fantasiar, fantasiar só secretamente  ( 😘).
Pode. Fazer. O. Que. Quiser.
Só não enche o saco das pessoas.

Pode fazer textão, pode não ler, pode comentar,  pode discordar.
Só não pode discriminar,  julgar, retaliar, agir preconceituosamente.
Não encha o saco das pessoas.
Essa pessoa, não seja.

23.01.2018

Namorado de verdade

Nunca precisou ser o mais lindo.
Tá, eu sei. Sou insegura e isso de ser muito  lindo me enlouquece.
Da mesma forma, ser o mais forte também sempre foi dispensável.
Afinal, faz um tempo que não precisamos de força bruta.
Os mais inteligentes sempre ganham minha atenção.
Mas, não basta.
Tem que ter aquele sorriso, sabe?
Aquele meio tímido e cativante, capaz de fazer qq uma querer descobrir o que está pensando.
Aquele charme que faz a gente pensar que ele está perguntando: "How re u doing?"

Como dizia Drummond, é muito raro.
Devo ter perdido no caminho.

21.01.2016

dia dos pais 2018

Fiquei anos sem ver meu pai.
Lembro de a primeira vez que o chamei de "pai" após retomarmos contato.
Lembro da confusão mental e de pensar em como chamá-lo. Tenho certeza de que ele teria ficado histérico se o tivesse chamado de qualquer outra coisa.
Há  20 anos os dias são sem pai. Dia dos pais que seriam todos são inexistentes. 
Não existem mais Almoços de domingo, nem suas tiradas sarcásticas.
Não existe o que havia.
Há somente o que ficou.
E ficou tanto que não dá para ser dito.
Pai, ficamos.

Convenções Sociais

Ontem foi um dia daqueles. Aliás, uma noite daquelas.
Depois de alguns anos trabalhando na mesma empresa altamente corporativista, a gente começa a perceber que a política, a hipocrisia e o cinismo falam mais alto do que a competência e produtividade.
Habilidades gerenciais e técnicas não são nada se ao seu lado não tiver alguém das famosas panelinhas.
Assim termina a história. Mas, o interessante é como ela começa.
No início da trajetória, quando ainda acreditava que a empresa era como o país, que dependia de boas pessoas para acabar com sua fama de ser subornável, havia um amigo.
Um amigo com uma namorada ciumenta.
Um amigo com uma namorada ciumenta que resolveu ser amiga por medo.
E havia muita cumplicidade e afeto entre eles.
Um dia, por descuido, fraqueza ou excesso de admiração, tudo se misturou.
Aquele amigo já nao era mais só um amigo.
Ele dispensava uma atenção diferente. Sempre presente, sempre atuante, sempre ali.
Sempre, sempre e sempre.
Um dia, ele sentiu que era hora e investiu.
A fraqueza se tornou sólida e tangível.
Começava ali um momento de paixão, tormento, culpa e vulnerabilidade.
A descoberta tornou-se real.
Aquilo ja´nao era mais um segredo.
Quando isso aconteceu, eximiu-se de contar sua versão e de acusar o que fosse.
Para não destruir ainda mais o que estava no chão.
Anos se passaram e a mãgoa permanecia.
A amiga fez de tudo para sua destruição. De todas as formas.
Mas não ficou por aí.
Ele agia de forma ainda diferente.
Covarde, sem nunca ter sido capaz de uma postura de defesa, por compaixão ou empatia , conseguiu na noite passada ser surpreendente.
Agiu mais uma vez sorrateiro.
Infelizmente, não é surpresa.
Só lamentável.